Aconteceu: 1º GEP Matrix-Hakomi Brasil de 2018 & Encontro de Revisão do 1º Bloco: Assentando as ideias, aprofundando o entendimento

Nos dias 12 e 13 de janeiro aconteceram o Encontro de revisão do 1º Bloco Matrix-Hakomi (MH) Brasil e o 1º Grupo de Estudos do 2º Bloco de 2018. Espaços de retomada dos conceitos-chaves, esses encontros nos ajudaram a ir organizando e sistematizando as experiências vividas nesses sempre tão intensos treinamentos. Revisitar conceitos um tempo após o período das experiências, permite aprofundar, compreender melhor após todo o “saculejo” vivido na travessia. Coordenados por Carlos Melo e Julia Andrade, contamos também com o auxílio luxuoso dos assistentes Ana, Adriana e Esther.

Encontro de revisão do 1º Bloco: assentando as ideias, aprofundando o entendimento

O Encontro de revisão do 1º módulo aconteceu no lindo espaço de trabalho da Julia, preparado carinhosamente para nos receber. Abraços de boas vindas, comidinhas e afeto: tudo concorrendo para que aquele fosse mais um tempo-espaço de encontro e troca. Iniciamos por retomar os 5 princípios Matrix-Hakomi – atenção plena, não violência, organicidade, unidade e integração corpo-mente. Atentamos também para um princípio que é a raiz de todos eles sem o qual não é possível estabelecer o contato com o outro. Algo como um “pré-princípio”: a segurança. É estabelecendo um continente de segurança e acolhimento que o trabalho pode fluir.  É ela que cria condições para que o contato se dê.

 

No 1º módulo o foco central foi trabalhar o CONTATO. O contato e o acesso dizem respeito a encontrar caminhos de aproximação da esfera inconsciente do outro. O acesso acontece por meio do contato. Estabelecer contato requer primeiramente estar em atenção plena/Mindfullness para que seja possível uma escuta profunda e o rastreamento dos sinais emitidos pelo outro para, assim, observar e “ler” o que estes nos indicam sobre como ele se sente. A voz, a postura nos dão pistas. As frases de contato, são chaves de acesso que permitem a conexão. Possibilitam ao outro se sentir entendido. Acolhido. Visto.

No processo de estabelecimento de contato os princípios do Hakomi estão sempre presentes. O contato requer estar plenamente no aqui e agora. Trata-se menos do conteúdo do que se está abordando e mais de permitir que a conexão se dê na experiência.

As frases de contato precisam ser oferecidas de forma a que possam ser contestadas e que permitam que o outro se sinta visto, percebido, compreendido. O terapeuta Hakomi não tem o papel de dar conselhos, respostas ou recomendações, tampouco parte do princípio de que possui um saber sobre o outro mas sim convida a uma investigação, um auto-estudo, que toma o sujeito em foco em seu protagonismo.

As probes são frases potencialmente nutridoras, e com elas podemos fazer pequenos experimentos. Nos grupos de estudo dedicamos-nos a trabalhar especialmente as probes. Ao serem oferecidas, é importante dar o tempo… permitir que, tal qual uma pedrinha que ao ser lançada na água reverbera em ondas que se espalham, o outro possa sentir de que maneira o que foi dito chega até ele: o que sente? Que ideias surgem? Que emoções?

É importante dedicar um tempo para preparar as probes verbais. Elas se baseiam no que é possível observar a partir dos sinais do corpo, da postura, do gesto, do estilo de movimento.  De início o terapeuta solicita que o cliente entre em mindfulness, espera que ele sinalize estar pronto e oferece uma breve e simples afirmativa precedida por: “Observe o que acontece quando você me ouve dizer…”

Fizemos o exercício de, primeiro de forma individual, pensar nos recursos internos, interpessoais e transpessoais que temos para lidar com os momentos de caos. Dedicamos um tempo a meditar sobre isso e em seguida, formando duplas, compartilhamos com o outro nossas reflexões. Experimentamos nesse momento trabalhar a escuta, o rastreamento e a oferta de probes.

Finalizamos nosso encontro com uma dança coletiva (batizada de Flashmob Matrix-Hakomi!).  Mãos dadas, sentindo o contato de cada toque e cada mão, nos pusemos a experimentar a conexão, o caos e a consciência, guiados pela trilha musical escolhida pela Julia. Experimentamos no corpo as sensações de cada um desses estados e finalizamos nosso encontro com a alegria e a sensação de que vamos chegando mais perto. De nós mesmos e do outro nesse processo amoroso de crescimento pessoal.

1º GEP Matrix-Hakomi 2018: integração, nutrição, satisfação e alegria

Esse time bacana da foto acima fez acontecer um belo encontro de estudos no sábado de 13 de janeiro! A experiência já começou logo na chegada. Sorrisos, abraços, alegria. Marcados no corpo de todos nós a experiência de afeto vivida coletivamente. A sensação de que ali naquele grupo o amor é a cola que nos conecta e dá sustento aos desafios que vivenciamos juntos. Pertencimento que vem se construindo pari-passu.

 

(Quando há AMOR, eu sou e pertenço. Nós somos e pertencemos. Esther Schor)

 

O foco do grupo de estudos foi explorar a diferenciação entre CONTATO e ACESSO. Após um momento inicial de meditação – ajudando-nos a de fato chegar e conectarmos para abrir a disponibilidade para o trabalho -, revisamos as etapas necessárias para o acesso. É importante criar condições para o cliente fazer contato. Para isso o terapeuta inicia por, em mindfulness, fazer frases de contato baseadas no que se está vendo, rastreando as pistas que dão acesso ao inconsciente. Expressões que se repetem, tensões, movimentos do corpo… Os experimentos favorecem o acesso.

Praticamos, em duplas, o uso de “PROBES“. As probes são frases potencialmente nutridoras que consistem em dar à pessoa alguma nutrição faltante mas que nem sempre é fácil para a pessoa receber. É importante que a probe seja pequena, nada complexa e fale para o coração. Ela precisa ser verídica. Não podem machucar ou intoxicar.

Depois do intervalo, nos reunimos num grande círculo para experimentarmos corporalmente a sucessão de CONEXÃO, CAOS e CONSCIÊNCIA, numa dinâmica de dança circular. Em seguida explorando o uso da geometria de grupo, a roda foi dividida em trios para que cada um compartilhasse sua experiência familiar, na infância, com o binômio AMOR x PODER. De que forma se fizeram presentes nas relações familiares? Como pai e mãe lidavam com essas dimensões? Partilhamos uma diversidade de dinâmicas familiares e fomos compartilhando de que forma tais dinâmicas se fazem presentes… em como hoje amor e poder são vividos por nós em nossas relações. Por fim, seis pessoas se voluntariaram para trazer seus compartilhamentos para o AQUÁRIO, onde as experiências individuais compartilhadas revelaram uma dimensão coletiva do tema.

Finalizamos com a sensação de que foi possível um maior esclarecimento dos conteúdos do Bloco 2 e também com o peito aquecido pela potência amorosa de pertencer a um grupo como o nosso, cuja amorosidade se presentifica em cada gesto.

 

Texto: Adrianne Ogeda
Revisão: Ana Cretton, Carlos e Júlia