Como recebemos o novo?

Logo no primeiro dia de treinamento do segundo bloco, tivemos uma bela demonstração de como podemos receber (e integrar!) pessoas novas e até mesmo objetos em um grupo. Podemos dizer que vivenciamos um belo e potente ritual MatrixWorks de adoção.

Recebemos novos assistentes, novos companheiros-alunos e um lindo presente para a turma confeccionado por uma de nossas companheiras.

A “tradição” e a história do nosso colar.

Fluindo pela minha imaginação criativa, o colar representa a unidade de cada um, junto. É um símbolo muito bonito, antigo, presente em muitas culturas. Na nossa turma a gente fez aquele colar juntos, simbolizando também nosso compromisso. A pedra é algo precioso, longevo… Vai estar ali para sempre, como uma lembrança, e o de vocês como um símbolo vivo… (Júlia Andrade)

No primeiro Bloco, ganhamos de presente das instrutoras algumas contas e nos foi feito o convite de criar algo para nós. A Elaine, uma companheira nossa, se ofereceu para fazer o trabalho e no primeiro dia do segundo bloco o resultado nos foi apresentado. Vejam que história incrível:

             


O colar foi uma inspiração no estudo dos grupos em MatrixWorks, na inteligência do grupo como um todo e na sua divisão e atribuição de tarefas que traz a reciprocidade. Os 5 círculos são os cinco times dos sonhos (times de rastreamento): Nestes círculos, as pedras azuis simbolizam os alunos e as duas pérolas simbolizam os dois assistentes que nos acompanham em cada time. Estes círculos estão unidos por meio das 3 espirais em macramê, em que cada uma representa as fases da conexão, caos e consciência. Os pingentes prateados representam as nossas mestras Mukara e Jaci e as pérolas maiores os demais assistentes. Intuitivamente, acrescentei seis pérolas pequenas imaginando os novos alunos e só no nosso reencontro para o segundo bloco descobri que eles de fato existiam.

Fazer este colar foi uma alegria e inspiração entendendo que a intuição e a conexão estão presentes em todos os membros deste grupo! (Elaine Zózimo)


“Receber x Integrar”

Na maioria das vezes quando chega alguém novo em nossos trabalhos e outros grupos afins, a atitude comum é dar boas vindas e de repente convidar para um almoço?! Frequentemente usamos do nosso repertório habitual que fomos construindo com base nas crenças básicas sobre educação, além do sentimento sincero de acolher o outro da melhor forma possível. Entretanto, quando passamos a compreender os grupos como Sistemas Vivos e a aprender a usar ferramentas e habilidades que apoiem o seu desenvolvimento para um bom funcionamento, consequentemente começamos a ter uma outra visão e prática a respeito de determinados processos.

O incrível deste Treinamento é que aprendemos e vivenciamos simultaneamente. Ou seja, toda a metodologia de ensino e trabalho já é uma boa parte do conteúdo.

Trabalhar com subgrupos além de revelar conexões, vai criando as condições iniciais de segurança e apoio: O básico que todos precisamos para estarmos bem em um novo grupo. E foi isso o que aconteceu neste primeiro dia.

“Os começos dependem de todas as partes que estão sendo incluídas. Todas as partes precisam conhecer e serem conhecidas, precisam ver e serem vistas.” (1)

Algumas perguntas que os líderes e facilitadores de grupo devem ter atenção durante a fase da Inclusão é: 

  • Eu sou bem-vindo?
  • Eu estou seguro?
  • Posso falar a minha verdade aqui?
  • Onde é o meu lugar no grupo?
  • Como faço para entrar?

E não são só os novos membros que precisam ser incluídos. Todos nós, enquanto membros de grupos, muitas vezes precisamos “ser reinseridos” e perceber que não estamos sozinhos em determinada situação. A sensação de isolamento e reclusão afeta nosso bem-estar e, consequentemente, a saúde do grupo. Nesse sentido, uma das tarefas dos líderes e facilitadores de grupo é:

Apoiar os membros a descobrir quem está presente. Os membros precisam realmente ouvir, ver e sentir uns aos outros. Isto é feito por meio de interações interpessoais verbais e não-verbais e ao nomear subgrupos e as relações especiais. Estes encontros interativos destacam nossas semelhanças, temas comuns, interesses e necessidades. O foco nas experiências compartilhadas apoia uma sensação de segurança. Esta segurança forma então a base para o acesso à sabedoria coletiva.  (2)

Assim, ter a habilidade de rastreamento é essencial para perceber as necessidades físicas, emocionais e psicológicas de cada membro em determinado momento. Assim como na fase do Contato, demonstrar que estamos atentos  àquela pessoa cria um poderoso campo energético na relação.

Uma outra novidade que tivemos nesse bloco foi a participação de uma aluna americana já certificada que veio acompanhar o Treinamento Matrix-Hakomi no Brasil. É a nossa querida Alex, que aparece na foto acima com a Jaci, uma das instrutoras. Ter a Alex conosco entre muitas outras coisas, foi a prova de que idiomas diferentes não necessariamente são uma barreira. Existem muitas formas em que nós podemos evidenciar a conexão que nos une.

Durante e ao final do Bloco ficamos muito curiosos para conhecer melhor a Alex e, é claro, saber de suas impressões sobre essa vivência no Brasil. É por isso que preparamos uma entrevista completinha com ela!

Será publicada em breve, no próximo post. Não percam!


(1) (2) Mukara Meredith, p. 7,  Grupos como Sistemas Vivos