O Início de Uma Jornada – Primeiros dias do Treinamento Matrix-Hakomi 2017

No dia 29 de junho tivemos o início do primeiro bloco da segunda edição do Treinamento Matrix-Hakomi no Brasil (2017-2020) ou o início de uma jornada coletiva, individual e profissional. Foi o primeiro dia em que mais ou menos 30 alunos se encontraram em uma grande roda, a maioria deixando para trás seus sapatos e pendurando nas cadeiras as bolsas cheias de expectativas do que viria por aí.

Caminhantes de diferentes lugares da cidade e do país, das mais diversas profissões (terapeutas, administradores, educadores, entre outros) e idades, o corpo docente formado pelas professoras Jaci e Mukara e a equipe de assistentes formada pelos alunos do primeiro treinamento Matrix-Hakomi no Brasil, juntaram-se no quinto andar de um lindo espaço localizado em Botafogo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro, lugar que sediou nossos encontros.

 

“MATRIX-HAKOMI: Uma Jornada Evolutiva pelos princípios e práticas de Sistemas Vivos, projetada para apoiar nosso desenvolvimento pessoal e profissional em direção à excelência nas nossas vidas e trabalhos”

O treinamento é composto por uma parte teórica e, sobretudo prática, através das dinâmicas  e vivências, onde podemos aprender e apreender os fundamentos, princípios e técnicas do Matrixworks e do Hakomi. Como suporte, no primeiro dia recebemos uma apostila impressa que nos permite acompanhar e anotar o conteúdo ministrado e experimentado ao longo dos dias.

Todos os dias quando chegávamos, no quadro já estava disposta a programação do dia (com os horários e conteúdos que seriam ministrados) que contava também com dois intervalos para lanche (além do almoço), um na parte da manhã e outro na parte da tarde, momentos em que podíamos trocar algumas experiências, descansar um pouco e alimentar o corpo e a alma.


Raiva, felicidade, alegria, ansiedade, paz… foram os primeiros sentimentos e sensações que nos fizeram caminhar pelo espaço e nos conectarmos. Vocês lembram? Seria a primeira dinâmica das muitas que viriam nos próximos dias.

Os primeiros momentos são sempre muito curiosos. A chegada em um novo ambiente, o reconhecimento entre as pessoas, o reconhecimento do próprio espaço se dá aos poucos e o “estar em grupo” vai ganhando novos significados e permitindo novos insights. Diante daquela grande roda, os colegas do lado, os pares que se formavam a cada exercício, as tríades, os subgrupos, os olhares cruzados com os colegas que estavam do outro lado da roda, entre outros muitos outros elementos, foi permitindo que aquele mix de sentimentos iniciais fossem se acalmando (e sedento lugar a muitos outros, claro rs) para que uma série de aprendizados e emoções ganhasse espaço e tomasse conta de nós.

Um dos temas que aprendemos nesse primeiro bloco foi sobre as três espirais da vida do grupo (Three Spirals of Group Life) e, pensando a partir delas, podemos dizer que os dois primeiros dias de treinamento se construíram tendo como base a conexão (lembrando que as espirais nunca se completam ou terminam, ou seja, permanecem espiralando em níveis cada vez mais profundos). Esse o tema sob o qual iremos conversar a partir de agora e que irá guiar os próximos dois posts sobre esse primeiro bloco, que será sobre o caos e a consciência.

PARTE 1: A Conexão

 

(© James R. Eads | Old Friends)

A partir do segundo dia de treinamento começamos as atividades nos conectando com nós mesmos através de uma ferramenta/recurso chamado “A roda da consciência”(Wheel of Awareness). Começar os dias dessa maneira fazia muito sentido, sabe?! Imersos na correria e na multiplicidade de informações da cotidianidade, era necessário que entrássemos em outro modo de funcionamento para aproveitar com mais qualidade essa jornada.

E,  afinal de contas, se um dos grandes objetivos dos primeiros dias era estabelecer a conexão entre o grupo,  como poderíamos nos conectar com os outros estando desconectados de nós mesmos? O convite para estar em atenção plena se tornou fundamental nesse processo!

A Inclusão transforma o processo grupal, de indivíduos em uma configuração de grupo para a criação de um sistema vivo. Em um sistema vivo, as necessidades e os dons-talentos de todos os membros do grupo são-estão incluídos para criar um todo que é maior que a soma de suas partes. Sem dar atenção à fase de inclusão da vida de um grupo, o grupo permanece sendo uma coleção de indivíduos, dependendo frequentemente de um líder carismático para ser o ponto central do grupo. [Mukara Meredith]

Por meio de exercícios com os colegas, experimentávamos uns aos outros como recursos e pudemos também ir estabelecendo parcerias.

A conexão ou inclusão também tem a ver com a segurança, que é essencial para criar um ambiente que permita que cada um se coloque em um estado mais confiante de que será ouvido e de que sua presença é importante. Essa fase pode ser relacionada também com a primeira fase do processo terapêutico do Hakomi, que veremos nos próximos posts do blog.

Através desta primeira camada de inclusão, a teia da Matriz é tecida, criando segurança. Dentro deste ambiente, os participantes são encorajados a apresentarem suas perguntas, conhecimentos e habilidades. Uma rede de relacionamentos que permite que novas experiências venham a seguir é criada. [Mukara Meredith]

De acordo com nossa querida professora Mukara Meredith, “A inclusão tem a ver com os começos. Os começos são momentos mágicos, ricos de mistério e potencial.” [ Mukara Meredith, p. 7,  Grupos como Sistemas Vivos] e, sem dúvidas esse foi um começo em nossas vidas e a partir dele podemos também recomeçar e integrar, incluir partes de nós e desse novo conhecimento que está se formando em nossa vida pessoal e profissional.

Compartilhem conosco aqui nos comentários como foram esses dois primeiros dias para vocês e qual foi a importância deles.  Quais foram os aprendizados obtidos nesses primeiros momentos?

 


O que vem por aí?

Parte 2: Navegando pelo caos, Trabalhando em grupos, Dream Teams, Rastreamento. Aguardem e acompanhem! 🙂