Documento traduzido do HAKOMI INSTITUTE
Declaração Anti-Opressão do Instituto Hakomi
Esta é uma declaração viva que será atualizada à medida que continuamos a aprender, crescer, ganhar impulso e fazer mudanças mais substanciais em direção ao nosso movimento anti-opressão.
Alinhada aos nossos princípios de unidade, não violência, atenção plena e organicidade, bem como na centralidade da presença amorosa, a liderança do Instituto Hakomi e do Grupo de Ação de Diversidade, Equidade e Inclusão estão comprometidos a assumir um papel ativo no desmantelamento do racismo, patriarcado, homofobia, transfobia, preconceito de idade, capacitismo e outras formas de opressão, marginalização e discriminação.
Como uma comunidade dedicada à cura holística e ao crescimento individual e coletivo, nós percebemos que um aspecto das estruturas e comportamentos discriminatórios e opressores é o preconceito implícito. Estamos ativamente engajados em reconhecer e trazer nossos preconceitos à consciência.
Honramos e somos gratos pela longa história e linhagem de comunidades negras, indígenas, queer e trans que trabalham diligentemente em prol da cura e da justiça social, trazendo consciência para a necessidade de descobrir e transformar o preconceito inconsciente como parte da cura para todas as pessoas.
Somos solidários a esse esforço e queremos contribuir para desvendar crenças e comportamentos prejudiciais e criar culturas novas, mais produtivas e solidárias.
Sabemos que não podemos ser saudáveis e estarmos curados quando as sociedades em que vivemos estão doentes pela crença de que existe uma hierarquia do valor humano com base nas identidades. Sabemos que essas crenças básicas limitantes continuam a causar danos às pessoas com identidades marginalizadas, bem como às pessoas que mantêm tais crenças.
Quem somos
No Instituto Hakomi, o corpo docente e o conselho administrativo são principalmente brancos. Valorizamos os membros de nossa comunidade de muitas raças, identidades de gênero, orientações sexuais, habilidades, religiões e culturas de diversos países em todo o mundo. Nesta declaração, o uso do termo “nós” e a responsabilidade de fazer melhor, aprender e crescer referem-se principalmente à liderança e ao corpo docente da maioria branca. Também honramos o grande “nós” composto por todos os membros de nossa comunidade e suas identidades ricas e diversas.
Nosso compromisso
Os fundadores do Hakomi queriam combinar a filosofia e as práticas espirituais do Oriente com o pensamento psicológico e as técnicas do Ocidente para formar um método inteiramente novo de psicoterapia. Seis homens – Ron Kurtz, Jon Eisman, Phil Del Prince, Greg Johanson, Dyrian Benz, Halko Weiss e duas mulheres – Devi Records e Pat Ogden – foram pioneiros e ativistas. Durante os anos 60 e 70, eles se engajaram individualmente na luta contra o racismo, misoginia, homofobia, o complexo industrial militar e desafiaram a estrutura de poder masculina dominante dos brancos. No entanto, eles eram brancos, saudáveis e de cis-gênero de várias origens econômicas. Por mais que estivessem tentando mudar a estrutura, eles também eram um produto dessa estrutura e influenciados pelas crenças inconscientes da cultura dominante, dinâmica de poder ativo e privilégios não conquistados.
Também sabemos que muitos dos princípios e métodos do Hakomi refletem as necessidades comuns da humanidade em todo o mundo, além das identidades. Queremos continuar a oferecer essa riqueza ao mundo através das lentes da consciência, do desdobramento responsável e da compreensão e da incorporação mais profunda de nossos princípios. A liderança do Instituto Hakomi está comprometida em se tornar ativamente anti-discriminatória em todas as formas. Comprometemo-nos a examinar e possuir nossos privilégios não merecidos e baseados na identidade, a reconhecer e transformar nossos preconceitos implícitos e a nos tornar culturalmente mais humildes e conscientes. Estamos ativamente comprometidos a aumentar a diversidade em nossa liderança, corpo docente e comunidade e trabalhar para centrar e aprender a partir de perspectivas marginalizadas.
Nossos limites de aprendizagem
Os membros do corpo docente do Hakomi estão em diferentes níveis de consciência, educação e comprometimento ao fazer este trabalho. Diante dessa realidade, é esperado que nós experimentemos nossos próprios limites de aprendizagem ao trabalharmos ao seu lado em nossos treinamentos e workshops. Ao trabalhar com questões de identidade e opressão, estamos comprometidos a interagir de forma a apoiar profundamente a verdade de cada um baseada nos princípios fundamentais do Hakomi de atenção plena e não violência.
Embora não seja intencional, estamos cientes das ocasiões em que nossos preconceitos inconscientes e nossa falta de habilidade causaram danos. Estamos trabalhando para criar uma estrutura de responsabilidade que garantirá que, quando esse compromisso não acontecer em tempo real e as pessoas com identidades marginalizadas forem prejudicadas, haja uma maneira de os alunos e membros da comunidade serem ouvidos e atendidos. Estamos empenhados em estabelecer sistemas através dos quais o trabalho de reparação possa ser executado. Reconhecemos que devemos aprender com os danos causados e desenvolver nosso corpo docente e equipe para que o mesmo dano não seja causado novamente.
Nosso objetivo geral Nosso objetivo como organização é nos libertar da dinâmica de poder doentia em que fomos socializados. Isso inclui racismo, heteronormatividade, capacitismo, transfobia, homofobia, patriarcado, classismo e outras formas de opressão baseadas na identidade. Queremos nos tornar uma comunidade vibrante, diversa, ativamente anti-racista e anti-opressora, culturalmente humilde e solidária. Sabemos que precisaremos nos esforçar para isso. Isso exigirá o trabalho de uma vida inteira, se não o trabalho de várias gerações. Nosso compromisso com esse objetivo surge de várias questões que são profundamente importante para nós : incorporar os princípios do Hakomi mais plenamente em nossas vidas e em nosso trabalho, desenvolver profissionais de ajuda compassivos, humildes, anti-opressivos e autoconscientes e criar um ambiente de aprendizagem que é tão seguro, inclusivo, acolhedor e acessível quanto possível.