Aconteceu: Grupo de Estudos e Práticas – Maio de 2018

 

Em um dia fresco e ensolarado do outono carioca, no bairro do Catete, no dia 12 de maio, aconteceu o terceiro GEP Matrix-Hakomi Brasil (nosso grupo de estudos entre módulos!). Passamos a manhã no alto de uma casa, em uma sala grande e espaçosa, onde pudemos experienciar os que viriam a ser os principais temas do nosso encontro: As 3 espirais do desenvolvimento e os 5 amigos do grupo.


Para revisitar, reviver ou simplesmente reconhecer esses temas, os convido para essa viagem que desenhará o conhecimento por meio da arte. Vamos juntos nessa espiral?

A espiral

A espiral é uma formação comum e natural dos reinos vegetal e animal. Evoca a evolução de uma força, de um estado. Manifesta a aparição do movimento circular saindo do ponto original mantendo e prolongando para o infinito. É e simboliza emanação, desenvolvimento e rotação criacional. O caráter da evolução e permanência do ser sob a fugacidade do movimento. (1)

A espiral logarítmica é usada no MatrixWorks para representar o processo de desenvolvimento de Conexão, Caos e Consciência nos grupos.

Podemos dizer que durante este GEP fomos sendo conduzidos por Júlia e Carlos a acessar de forma sensível, espiralar e ao mesmo tempo intensa, quais estratégias fomos construindo ao longo do tempo em nossas vidas. Compartilhamos em trios.

As 3 fases do desenvolvimento e as 4 matrizes do nascimento

A primeira matriz é o momento de estar num útero que nutre e acolhe o crescimento. Remete à fase da Conexão.

A segunda e terceira matrizes se referem às experiências de desconforto experimentadas pelo feto durante as contrações e a saída do útero. Remetem ao Caos.

A quarta matriz é o nascimento propriamente dito, quando o bebê experimenta sensações de soltura, desafogamento e luminosidade. Remete à fase da Consciência.

 

 

                                                                                           

         

 

 

 

 

 

 

Podemos contemplar uma relação entre as 3 fases do desenvolvimento e  as 4 matrizes do nascimento, conforme classificadas por Grof . (2)  Ao longo da vida passamos várias vezes por essas 3 fases, entrando e saindo de vários “úteros” (grupos) no processo de desenvolvimento da personalidade. Como Mukara Meredith diz:

“O grupo é o útero que acolhe o novo indivíduo em que cada um de nós está se transformando”

Os cinco amigos

Na perspetiva do MatrixWorks, os cinco amigos são fatores que potencializam a qualidade da presença e do desempenho de indivíduos em um grupo e além disso, servem também para avaliar a orientação do grupo.

São eles:

Segurança                                      Apoio                          Expressão Criativa                            Verdade                                    Valor

 

Durante o Grupo de Estudos, tivemos a oportunidade de fazer uma sensibilização sobre os cinco amigos em dupla e, posteriormente, utilizando o recurso dos cartões que recebemos no último bloco da formação, construímos uma mandala nossa em relação ao grupo, um exercício de autoconhecimento compartilhado.

 

Como parte do processo, fizemos um aquário, onde os participantes compartilharam como foram suas experiências com os exercícios.

 

 

Depois desse momento há quem diga que rolou poesia e um super abraço-afago coletivo.

 

 

“Esculpir-se.

A joia escavada e esculpida na pedra bruta, é joia rara.
Pedra bruta pincelada e soprada, expõe a criação da natureza. As ranhuras e orifícios existentes nela, anunciam a beleza escondida.
Deixar-se esculpir, é permitir-se perder a carapaça que protege da dor do olhar que menospreza.
Abandonar a rocha bruta, é suportar deixar um vaco de vida existente na existência. É admitir partir sem a proteção da rocha que abriga e pesa.
A pedra bruta é insossa, sem sal e sem doce, feito água insalobra que é mas não é, apenas deseja ser.
Transformar-se em pedra preciosa, é comprometer- se em ir em frente, diante da impossibilidade de voltar ao estado original de pedra bruta.
É preciso coragem, para abandonar o estado inerte da rocha, que abafa o brilho da vida preciosa, para deixar aflorar a pedra lapidada da rocha protetora.
A vida preciosa lateja dentro da vida bruta. Está ali! Só é preciso escavar a pedra, e lapidar a vida sem vida, para deixar vir o brilho vívido, da vida que anseia em viver.”

(Cintia Rangel 25/04/18)


As imagens-inspirações utilizadas neste post são do artista Tomasz Alen Kopera (http://alenkopera.com/index.html). 

Texto: Julia Andrade e Tulane Paixão

Edição e revisão: Tulane Paixão e Adrianne Ogêda

(1) Chevalier, Jean  e Gheerbrant, Alain, Dicionário de Símbolos, 1994 Teorema.

(2) Grof, Stanislav, Alem do Cérebro, 1987 ed.ed. Mc Graw-Hill.